sexta-feira, 31 de julho de 2009

Os privilégios do Bolsa-ditadura.

Há muito este assunto vem me incomodando, só agora resolvi falar. Em meados de 1990, integrantes de movimentos guerrilheiros que agiram nas décadas de 1960 e 1970 entraram com ações contra a União para reclamar indenizações pelos dias de terror que viveram nas masmorras do regime militar, outros pelos anos de exílio e, finalmente, outros não se sabe porquê!
Aos olhos despreparados, fica a imagem de que pessoas que lutaram contra a ditadura e sofreram barbáries por conta de sua opinião, contraria ao regime autoritario, nos porões dos órgãos de repressão. Não é bem assim.
As organizações de esquerda, Ação Libertadora Nacional (ALN), Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), Dissidência da Guanabara-MR-8, Movimeto de Libertação Popular (MOLIPO), Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares (VAR-Palmares), entre outras, não agiam somente para derrubar a ditadura da "direitona", mas para instalar no Brasil um regime socialista aos moldes cubanos ou chineses. Quando ocorreu o golpe militar em 1964, já existiam documentos de incitação a população para a tomada de poder por parte do PCdoB e uma guerrilha mambembe formada por integrantes das Ligas Camponesas, de Francisco Julião. Dizer que lutavam por democracia é piada, e de mau gosto.
Muitos desses guerrilheiros foram presos e torturados, outros foram exilados e agora vivem anistiados pela Lei de 1979. A maioria deles está aí no cenário político, outros com grande expressão pública, mas uma coisa é certa, estão todos bem, com suas polpudas indenizações e pensões vitalícias, por terem lutado num período de excessão e terem cometido crimes, muitos deles hediondos.
O Ministro da Justiça, Tarso Genro, vira e mexe vem a público falar em revisão da lei de anistia, visando a punição dos torturadores do período, falta só ele lembrar do outro lado, por exemplo o Gabeira (deputado federal) e o Franklin Martins (Secretário de Comunicação da Presidência da República) que sequestraram o embaixador dos EUA.
Mas a grande questão é: se lutaram por um ideal por sua conta e risco, o que tenho eu a ver com isso para dar parte de minhas contribuições ao governo em forma de indenização a estes caras? Pessoas que lutavam "em nome da igualdade e justiça social", porque agora requerem dinheiro público para reparar um mal que sofreram a não menos que trinta anos? Estariam precisados de tal quantia?
Contudo, estes são os que ainda lutaram, e os que recebem sem qualquer motivo? Veja o Ziraldo, vive contando vantagem do tempo em que passava a perna nos censores que faziam expediente em seu extinto jornal, entrou com uma ação e recebeu no ano passado mais de 1 milhão de reais pela violencia sofrida e mais pensão mensal vitalícia. Assim como Carlos Heitor Cony, que nunca pegou numa arma e tampouco levou uma porrada de ninguem. Foi censurado? E daí.
E as pessoas que são censuradas todos os dias, tendo tolhidos os seus direitos de comer, vestir e morar, não são indenizadas por isso, ou são?
E não fica por aí, o melhor de tudo é que deste dinheirão que recebem por mês, não ind=cide desconto de Imposto de Renda, pois o governo acha que se o dinheiro da pensão é do tesouro federal, não seria lógico pegar parte dele de volta. Então, porque o tal imposto é descontado de aposentados e pensionistas do INSS, de funcionários públicos e militares? Seria privilégio da "esquerdona", hoje no poder?
O que fica é a certeza de que no Brasil, pau que bate em Chico não bate em Francisco. Afinal, como questionar estes bastiões da democracia do alto de seus pedestais. São todos heróis, e se hoje vivemos nesta democracia, de merda mas ainda democracia, devemos a eles. Será?

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